Era um dia frio de inverno em meados de 1975, provavelmente junho ou Julho. Eu estava no pátio de nossa casa, lembro muito bem. Estava “lagarteando” ao sol como se diz por aqui, logo após o almoço, quando meu pai chegou com uma revista nova do TEX. Era o número 46 – O GRANDE REI!
Sempre que eu apanho hoje esta edição para reler eu volto imediatamente àqueles dias ensolarados e alegres da infância. Era uma época feliz e prazerosa de coisas simples e inocentes. Custava tão pouco ser feliz...
TEX O GRANDE REI é um épico criado pelos pais do maior ranger de todos os tempos. Nesta fantástica aventura, G.L.Bonelli está insuperável na criação de uma trama envolvente e cheia de lances dramáticos e situações vertiginosas e emocionantes. A escolha do cenário da aventura (o grande norte) contribui e muito para o clima aventureiro da história. Tex tem de por se em luta contra um pretenso REI das terras altas que está por deflagrar uma revolta entre os índios e os representantes da lei no Canadá.
Nesta aventura Kit Willer tem um papel fundamental. Apesar de ser ainda um “rapazola” Kit assume para si a responsabilidade de desbaratar uma quadrinha de traficantes de armas em Winnipeg e depois também entra em luta mortal contra os asseclas do tirano de ébano!
Mas é em Tex Willer que está toda a força e magnificência desta edição. Ele, que em um primeiro momento tem de se valer do seu papel de grande chefe da nação Navajo, luta para que seus “irmãos” de sangue não caiam na teia tecida pelos seus inimigos nesta saga: O pretenso Grande Rei – Um negro que por um golpe de sorte acaba descobrindo e apoderando-se de um imenso tesouro e com isto ergue um grande castelo no coração das altas de onde pretende estender seus domínios para todos os estados unidos. Ao lado do Grande Rei, além de diversos capangas e alguns índios de sua guarda pessoal, também está a outra figura central desta trama – o diabólico Pierre – um individuo que se veste todo de preto e bem poderia ser a representação da mesmíssima Morte! É ele quem tem de enfrentar frente a frente ao chefe Branco dos Navajos – Águia da Noite – em um acampamento indígena onde se está preparando um grande conselho de guerra. Caberá ao sábio Águia da Noite evitar que seus irmãos desenterram a machadinha de guerra contra os brancos.
Hoje até se poderia questionar o roteiro de Bonelli – porque situar a aventura no Canadá e não no Louisiana, ou Mississipi, Tennenssee, ou até mesmo o TEXAS? Sim, pois se o Rei é um Negro, porque faze-lo lutar em um lugar tão distante do centro da população negra de então que eram os estados do sul dos Estados Unidos? Talvez fosse para evitar qualquer tipo de questão de cunho político! Não sei. Mas isto não importa o que conta mesmo é que esta é uma tremenda aventura, uma das melhores da dupla Bonelli/Gallep, Gallep alias que está perfeito e soberbo nesta fase de sua carreira. Seus desenhos são esplendorosos e perfeitos. Seus quadros transmitem toda a intensidade das cenas de ação e luta. É emoção na medida certa e com dinamismo e plasticidade.
O Grande Rei é uma revista que eu não me canso de ler e reler. E nestes dias tive o prazer de ver esta maravilhosa obra em cores! Saiu pela coleção STORICA A COLORI do jornal La Republica. As cores sem sombra de dúvida fizeram muito bem a este GRANDE CLÁSSICO do TEX. Recomendo a todos os que gostam de uma excelente história, seja ela ambientada no velho oeste ou não, sejam fã de TEX ou não.
Jesus N Ferreira
Zonafranca34@hotmail.com
E comer laranja no sol, melhor mesmo só se for Vergamota, com V porque era assim a bem "fedida" e deixava as mãos manchadas e as unhas encardidas, e sempre tinha um "esperto" que inventava de comer na sala de aula "escondido" da professora; depois ia dar uma "passeadinha" na sala da diretora. É......
ResponderExcluirAquelas tardes de laranjas e Vergamota...Nada podia ser melhor, principalmente quando as laranjas eras aquelas colhidas do pé, das laranjeiras do vizinho, hheheheheheheehh!
ResponderExcluirEscondido na sala de aula, levava alguns gibis pra torcar com colegas e por muito pouco não tive "caçado" o tex nº 51 - Tambores de Guerra - pela professora ao mostrar a capa para o Juarez!